04 jun Preciso de um contador para abrir a minha empresa?
Trata-se de uma boa pergunta! E começamos a respondê-la formulando outras perguntas. Vamos lá:
- Qual é a primeira providência concreta que tenho que tomar para constituir uma pessoa jurídica?
- Como faço para obter meu CNPJ?
- Qual é o código da minha atividade principal?
Não precisamos ir mais longe.
Se estas perguntas ficaram sem respostas, você deve procurar um contador ou um outro profissional habilitado (advogados também são).
Fazer tudo direitinho desde o início é a chave do sucesso ou, pelo menos, é um bom passo para evitar o fracasso!
Definir o código de sua atividade, conhecido como CNAE (Classificação Nacional das Atividades Econômicas) é muito relevante. Trata-se de uma informação cadastral utilizada para vários fins, inclusive para a compreensão das incidências tributárias sobre as atividades. Fazer isso deve ser encarado como algo estratégico e não burocrático.
A descrição do objeto social, a correlação dessa descrição com o código de atividade principal, tudo isso pode ser essencial para que seja viável uma conclusão adequada sobre (i) a possibilidade de optar pelo Simples Nacional, (ii) as alíquotas aplicáveis no Simples Nacional ou (ii) a incidência de ISS ou ICMS, por exemplo.
Não menos importante é pensar no tipo de sociedade que se deseja constituir: unipessoal, de responsabilidade limitada ou outro. Há diferenças importantes na quantidade de dinheiro que é preciso aportar, na necessidade de outros sócios e nas responsabilidades perante terceiros. Novamente, neste caso, tanto o contador quanto o advogado podem esclarecer muitas dúvidas e auxiliar no processo de decisão, que deve ser sempre do empreendedor.
Todos os negócios precisam de contabilidade e a escrituração contábil é uma atividade técnica e que exige um profissional devidamente habilitado, nos termos do art. 25 do Decreto-lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946. Como já dito no Universo, contabilidade registra e, se bem-feita, é também uma ferramenta de controle e acompanhamento, essencial para que seja possível entender a saúde financeira do empreendimento.
Ter o contador desde a constituição da empresa é uma vantagem em função do conhecimento que se acumula sobre ela.
Mas fica a dica de ouro: ter um contador não significa terceirizar a ele decisões estratégicas, análises necessárias e críticas sobre os eventos que ele irá registrar. O contador será sempre um terceiro, um assessor! Ele não é responsável legal pelos tributos, dívidas ou processos da empresa. Portanto, escolher um bom profissional de contabilidade é o primeiro passo para que o negócio nasça bem, mas neste campo também é o “olho do dono que engordará o porco”!
Quem deseja empreender precisa investir tempo em aprender conceitos mínimos relacionados a tributação, obrigações acessórias tributárias, normas aplicáveis à área de atuação (licenças e outras), bem como noções básicas de contabilidade e controles.
No mundo de hoje, grandes ou pequenos negócios se relacionam com grandes ou pequenos clientes e fornecedores. Essa relação se formaliza por documentos digitais (ex. nota fiscal eletrônica) e tudo deixa rastro!
Estar em conformidade, além de ser uma obrigação legal, é uma forma importante de garantir a habilitação para participação em concorrências (públicas ou privadas) e evitar muitos custos desnecessários e não previstos com multas e juros sobre diversas obrigações, entre outros!
Então, para concluir, sim, para abrir uma empresa é essencial encontrar um bom prestador de serviços contábeis e tributários. Ele está acostumado com o preenchimento dos formulários e os meandros dos órgãos de registro e certamente fará isso de forma mais eficiente do que o próprio empreendedor.
Mas nada disso será eficaz se o empreendedor não estiver preparado para encarar a curva de aprendizado essencial para a administração de um negócio!
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